UMA FLORESTA NO JARDIM

Um enclave de Mata Atlântica com mais de três mil árvores começa a ser cultivado no Parque Global, na zona sul de São Paulo

por: CONEXÃO GLOBAL

Antes da chegada dos portugueses, os habitantes da atual região sul da capital paulista costumavam a chamar o curso d’água que descia das nascentes na serra do mar até o Rio Tietê de Rio Jurubatuba. O nome vem da junção de dois termos tupi-guarani (jeri’wa  e tyba)  e significa “lugar com muitas palmeiras jerivás” —  expressão que descrevia o cenário que cercava a corrente curvilínea e de margens alagáveis, que vertia no sentido sudoeste-noroeste da futura cidade de São Paulo. Com o passar do tempo e a expansão urbana da metrópole, quase nada sobrou da cobertura vegetal que margeava o rio, rebatizado pelos jesuítas como Rio Pinheiros e transformado em um grande canal retificado com águas poluídas delimitado por um complexo de vias expressas.  

Se o processo de despoluição é uma iniciativa gigantesca que demanda vultosos recursos financeiros, decisão política e o trabalho orquestrado de diversas concessionárias de serviços públicos, o resgate paisagístico com espécies que um dia fizeram do bioma que existiu ali demanda menos tempos—o que não significa que não exija cuidados. 

Em uma ação que envolve biólogos e botânicos especializados em reconstituição do ambiente natural da região e empresas púbicas e privadas, começam a nascer núcleos florestais que recompõem o ecossistema original das zonas sul e oeste de São Paulo, tanto nas margens do rio, através do Projeto Pomar Urbano, quanto em iniciativas particulares, como a encabeçada pelo empreendimento imobiliário Parque Global.

Localizado junto à marginal esquerda do rio, ao lado do Parque Burle Marx, o complexo de torres residenciais e áreas de uso múltiplo dedicará 58 000 metros quadrados a áreas verdes que incluirão 3 000 árvores, das quais 2 000 serão provenientes de uma reserva especializada em plantas nativas da Mata Atlântica.

Parte das mudas do Parque Global serão fornecidas pelo Legado das Águas, iniciativa que é referência na pesquisa, cultivo e manejo de exemplares nativos da Mata Atlântica paulista e raramente utilizados em projetos de paisagismo de empreendimentos comerciais. O projeto foi 
desenhado pelo escritório suíço ENEA e tropicalizado pelo botânico Ricardo Cardim, um dos maiores especialistas no bioma. Cardim também é responsável pelo jardim com 77 espécies de plantas da mata atlântica montado no estande de vendas do complexo. Com essa iniciativa, o Parque Global desde já firma seu compromisso com o resgate ambiental a cidade de São Paulo.