A CASA CONECTADA

Cenário de ficção científica, as residências em que todos os dispositivos se comunicarão entre si para melhorar e facilitar nossa vida já começam a se tornar realidade

por: CONEXÃO GLOBAL

Se assistir a um filme como It no cinema, acompanhado de dezenas de pessoas, já é uma experiência aterradora, imagine como seria vê-lo na sua casa, só você e mais ninguém. Agora acrescente à experiência detalhes como a luz de sua casa piscando justo no instante em que o palhaço do filme arreganha seus dentes pontiagudos e as caixas de som do dock de seu smartphone sussurrando seu nome com voz cavernosa. Aterrorizante, não? Pois é essa a ideia que Matthew Ball, responsável pelo braço de filmes e séries da Amazon, pretende levar adiante quando nossas casas e apartamentos estiverem com seus equipamentos integrados com a chamada Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês).

Por mais insólito que pareça, o dia em que as estripulias imaginadas por Ball virarão realidade está mais próximo do que se pensa. As tecnologias que permitirão a experiência descrita acima já existem, e algumas delas já estão presentes em residências dos fanáticos por tecnologia. As unidades do Parque Global contarão com as mais tecnológicas tendências do mercado e seu stand ultra moderno e tecnológico já da uma ideia do que veremos no futuro próximo. Lâmpadas com bluetooth e controláveis pela internet já são vendidas nas melhores lojas do ramo (e, claro, na Amazon) em uma variedade de estilos e marcas. Em 2015, os produtores da série Os 12 Macacos disponibilizaram o download de um aplicativo que sincronizava a cor e brilho dessas lâmpadas para criar o clima de cada cena na sala dos espectadores.

Hoje, a maior parte das pessoas que já conta com aparelhos IoT em casa ainda faz usos menos sofisticados, como ligar o ar-condicionado e as luzes da casa pelo smartphone. Também estão se tornando comuns câmeras, trancas de porta e detectores de movimento, para segurança. Menos populares, mas ganhando tração, são as geladeiras com câmeras internas e sensores internos que avisam o dono quando acaba o leite, por exemplo. Também já são realidade dispositivos e sensores que informam o consumo de água nos banheiros e de energia elétrica consumida por lavadoras e secadoras de roupa e aparelhos de ar condicionado. E se aproxima o dia em que todos os eletrônicos, do aspirador de pó ao sistema de som; da cafeteira aos mecanismos que acionam a abertura de cortinas nas janelas, serão integrados via internet.

Não faz muito tempo que as pessoas dividiam suas vidas entre quando estavam online e offline. O smartphone acabou com essa dualidade, e offline se tornou um termo quase obsoleto, usado como sinônimo para a hora de dormir ou para uma fuga para além do alcance das antenas de celular. Na casa do futuro, devemos dar mais um passo na universalização da internet. É consenso na indústria que os celulares inteligentes não são a melhor interface para comandar por meio de aplicativos as traquitanas da casa. Às vezes, é mais fácil nós mesmos executarmos as tarefas do que digitar a senha para desbloquear o celular, procurar o dispositivo apropriado para o serviço e apertar botões. Por isso a aposta dos especialistas em tecnologia é que os ajudantes virtuais, como Alexa, Google Home e Siri, serão os responsáveis por reunir dados dos mais diferentes sistemas digitais e funcionar como governantas e zeladores de nossas casas automatizadas.

Quem já se interessou em conectar os eletrônicos sabe que compatibilidade entre aparelhos de diferentes marcas ainda é complexa e pode se transformar em uma dor de cabeça – uma preocupação comum aos fabricantes. Isso é uma prova o quanto a disputa pelo domínio da casa conectada está avançada. Atualmente, existe uma verdadeira corrida para ver qual gigante da tecnologia se tornará o proprietário do dispositivo que se tornará o maestro dessa sinfonia doméstica. Uma vez definido, acabará reunindo todos os outros sistemas sob o seu domínio. Essa é parte chata da chegada de uma tendência tecnológica – os mais velhos se lembram dos diferentes formatos de videocassete, dos múltiplos tipos de compact discs para se ouvir música e até as diversas linguagens de programação de computadores. A promessa é que, logo, logo, tudo funcionará de forma tão bem sincronizada e harmônica que nem vamos mais lembrar como era uma casa analógica – ou um filme de suspense sem os múltiplos recursos para nos deixar totalmente apavorados.